O DNA está indiscutivelmente relacionado à genealogia, isso porque nossa história familiar é composta na maioria das vezes por ligações genéticas que nos trazem informações físicas, emocionais e até energéticas. E por essa razão, é comum sermos tão parecidos em alguns aspectos com nossos antepassados, pois essa estrutura chamada DNA é capaz de armazenar muitas características já comprovadas pela ciência.
Contudo, o estudo do DNA é um campo misterioso, afinal não sabemos o que de fato é armazenado em muitas partes dele, sendo inclusive objeto de estudos para-psicológicos e espirituais, no sentido de explorar os aspectos metafísicos dessa fascinante estrutura.
O que é o DNA?
O DNA, ou o Ácido Desoxirribonucleico, é uma estrutura que se relaciona com a hereditariedade e com a ancestralidade, uma vez que armazena as características genéticas de cada indivíduo, garantindo a sua transmissão para as próximas gerações.
Assim, nossas características físicas são, em linhas gerais, um produto da mistura dos milhares de códigos genéticos presentes na nossa linhagem familiar, e pensar dessa forma é fascinante, pois nos faz perceber que carregamos em nós parte de cada um de nossos ancestrais, e por isso estamos intrinsecamente conectados a eles.
O DNA e a transmissão de traumas entre gerações
Um estudo publicado na revista Nature Neurocience concluiu que um evento traumático pode afetar o DNA do esperma, e por consequência alterar a formação do cérebro da próxima geração, o que ocasiona uma mudança nos comportamentos com relação à geração anterior. Isso explica, por exemplo, o desenvolvimento e a continuidade de fobias, depressão e ansiedade em algumas linhagens familiares. O estudo concluiu o que segue.
"As experiências vivenciadas pelos pais, mesmo antes da reprodução, influenciaram fortemente tanto a estrutura quanto a função no sistema nervoso das gerações subsequentes" (Nature Neurocience)
Com isso, os estudos levaram a crer que o ambiente e os acontecimentos podem afetar os genes de um indivíduo, podendo transmitir estas alterações aos seus herdeiros, tanto por meio do esperma quanto pelo óvulo. Brian Dias, um dos pesquisadores, afirmou à BBC que tal característica "pode ser um mecanismo pelo qual os descendentes mostram marcas de seus antecessores".
Logo, o estudo demonstra que as experiências vivenciadas pelos pais, mesmo antes da reprodução, influenciam tanto a estrutura quanto a função do sistema nervoso das gerações seguintes, e segundo o relatório, estas descobertas fundamentam a existência de uma “herança epigenética transgeracional”.
A Epigenética e a ancestralidade
O termo “epigenética” tem origem do grego, sendo que “epi” significa “acima, perto, a seguir”. A epigenética estuda as mudanças nas funções dos genes que podem ser herdadas no momento da divisão celular (mitose). Essas mudanças poderão ocasionar grandes alterações na biologia do organismo, como morfologia, desenvolvimento, comportamento, entre outros.
No passado, os cientistas acreditavam que apenas os genes eram responsáveis por passar as características biológicas para a geração seguinte. Contudo, os estudos atuais vêm comprovando que as variações não genéticas (ou epigenéticas) também podem ser transmitidas aos descendentes, e isso ocorre por meio de pequenas mudanças químicas no DNA e também nas proteínas que o envolvem.
Assim, a ciência vem comprovando, em outros termos, que tudo o que acontece na vida de um indivíduo poderá gerar efeitos em seus descendentes por meio de processos químicos, que são resultado de emoções e sentimentos, de modo que as mudanças de país, ou de ambiente, os desafios vividos, as dificuldades, as frustrações, os medos, tudo isso pode ecoar por muitas gerações através do DNA.
E tudo isso faz muito sentido, afinal, tudo o que pensamos e sentimos manda estímulos para o cérebro, que por sua vez responde a eles por meio de processos químicos com os mais variados resultados. E se esses processos químicos nos modificam em um nível biológico, indiretamente nossas emoções modificam nossa estrutura e a de nossos futuros descendentes.
Dessa forma, podemos perceber de uma forma bastante palpável o quanto somos resultado da história de nossos antepassados, e o quanto essa história nos afeta até hoje em vários níveis. E isso, por si só, já é um grande motivador para buscar a sua história, afinal, conhecer o passado, em termos práticos, é conhecer mais sobre você mesmo.
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